Osaka

Apesar de já ter ido a um Aquário anteriormente, quis muito ir a este em Osaka, o Kaiyukan. Um aquário é como um zoológico, vale a pena ir várias vezes. Reservei uma manhã, convenci o pessoal e fomos. A estrutura era gigante. Vimos peixes de várias regiões do mundo, focas e golfinhos, animais costeiros, pinguim se outros seres das águas que não sei a classificação biológica.

Várias espécies de pinguins
Várias espécies de pinguins
Na paz do aquário
Na paz do aquário

O que gosto em aquário é a sensação de paz e tranquilidade que eles trazem. Uma música relaxante, um ambiente com pouca luz, o movimento da água e os peixes em seu ritmo sincrônico, lento e rítmico. Passaria horas só observando cada aquário. Os que mais me chamaram a atenção foram as focas, pingüins, o tubarão baleia, e uns peixes azuis brilhantes da barreira de corais.

Peixes da barreira de corais
Peixes da barreira de corais
Logo após o aquário, uma comidinha
Logo após o aquário, uma comidoEste

De lá fomos à Umeda skybuilding, saímos do metrô, e depois de nos perdermos nos subterrâneos comerciais, um japonês perguntou se queríamos ajuda, claro que sim. Ele nos levou por uns 500 metros para nos indicar onde era o prédio, estava quase correndo e no final disse que estava com horário para pegar seu trem. Quase entregávamos uma flor em suas mãos em forma de agradecimento, pena que não tínhamos.
Chegamos ao prédio, são duas torres com uma ligação no topo de onde veríamos Osaka do alto. Achamos o elevador, entramos, era todo pretinho, escuro como muitos, mas poucos segundos após a subida vimos que era panorâmico, no meio do prédio e ia quase até o topo, tomei um susto, fiquei sem ar por alguns minutos. Depois pegamos uma escada rolante que cruza de uma torre à outra, também panorâmica e lá compramos o ticket de entrada, ¥630 já com desconto com um cartão que compramos pro metrô + aquário. A vista era linda, o frio não nos deixou aproveitar tanto, demos uma volta e descemos ao andar de baixo onde também se pode apreciar a vista.

No topo do Umeda Sky Building
No topo do Umeda Sky Building

Na mesma região havia uma loja de fotos onde queria ir para revelar uns filmes, perdemos tempo para achá-la e ainda não era lá onde eu poderia encontrar o serviço, o atendente nos direcionou a outro local, a famosa Yodobashi, e lá fomos nós.
Já eram umas 19hs, Wendel e eu resolvemos ir ao castelo de Osaka. Lindo local. Era um parque enorme, muito frio, algumas pessoas estavam praticando cooper e passeando, o castelo ficava quase ao centro. Caminhamos muuuito, haviam espaços abertos e escuros, silenciosos e sem ninguém, no Brasil jamais andaríamos num local como este. Chegamos ao castelo e nos admiramos. Tiramos várias fotos, sentamos um pouco, e aí aparece uma figura estranha, um ser andrógino vestido de preto observando o castelo, não era japonês, apelidamos de o corvo. Ficamos um pouco assustado, pois era noite em um ambiente quieto, sem ninguém e em seguida nos aparecia uma figura estranha. Saímos de lá e o corvo ainda nos acompanhou quase até o metrô, depois não o vimos mais. Nós nos perdemos para achar a estação, não havia ninguém para explicar e não conseguimos entender as placas, eu já estava morto de tanto ir e vir, já sem paciência para tirar fotos ou fazer qualquer outra coisa, e ainda queria comer. No final quando já estávamos no trem, quem estava lá? O corvo sentado do outro lado. Era uma moça, aliás muito bonita e simpática. O apelido foi mais brincadeira nossa por andar no escuro e no esquisito.
Descemos próximoà Dotonbori, queríamos comer um carangueijo gigante de Osaka, mas já estava tarde e tudo fechando. Não encontramos nenhum restaurante legal, inclusive legal para o bolso, e aí fomos comer hambúrguer numa rede de fast food chamada Lotteria. Comi hambúrguer de camarão. Aliás, foi um sacrifício fazer o pedido, o atendente não fala inglês e nem serviu outras coisas que queria.

Cheguei ao albergue simplesmente desencarnado, deitei e dormi.

Vídeo Games e Drinks

Antes de ir a Osaka, nas minhas pesquisas encontrei um bar onde se pode jogar vídeo game enquanto bebe. O nome do local era Space Station e estava na mesma rua que nosso albergue.

Após o sushi, saímos a procurar este bar, fui lendo os letreiros e tentando entender o que conseguia em japonês com meu pequeno aprendizado e li um que dizia mandarake, na verdade Mandrake, uma loja de mangás. Era enorme e tinha de todos os estilos, mas somente em língua japonesa. Nunca fui de ler mangá, na verdade nunca li nenhum. Entramos porque as meninas queriam comprar coisas do Kanjani e sabiam que lá encontrariam. Acabei comprando uns mangás só de souvenir e para tentar aprender japonês (crentz), saiu tudo por cerca de ¥4000, dois mangázinhos apenas, mas tem outros muito mais baratos.

Enfim encontramos o bar. Éramos os primeiros clientes numa quarta feira, o dono era americano de Massachussets, a bebida custava ¥500, tomamos muitos drinks e jogamos muito Mario kart. Também joguei Mortal Kombat, Street Fighter e vários jogos de Atari. Haviam outros videogames de várias épocas e com muitos jogos. Foi ótimo e divertido. Socializamos com japoneses, bebemos e relaxamos. O dono e a garçonete (talvez companheiros) foram muito atenciosos e gentis. Os japas com quem interagimos eram todos muito curiosos. Os rapazes queriam muito falar inglês, nos chamaram para ir a uma balada por ali perto. A entrada era ¥2000, ficamos tentados a ir já com algumas cervejas e drinks na cabeça, mas fomos racionais, pois gastaríamos mais e no outro dia queríamos conhecer melhor a cidade, e com baladinha provavelmente não acordaríamos cedo. Confesso que fiquei curioso para ver como era a balada japonesa. Algumas garotas vieram jogar conosco também, era muito engraçadas, riam muito, e gargalhavam alto com voz estridente. Nos divertimos bastante. I extremely recommend this bar.

Bons drinques
Bons drinques
Jogando Mario Kart
Jogando Mario Kart

Templo flutuante, cervos e bolinhos

Pertinho de Hiroshima há um famoso ponto turístico que é o Tori flutuante. Tori é aquele portal vermelho característico japonês e que se encontra na entrada de santuários xintoístas. Este é conhecido por se encontrar dentro do mar em uma ilha chamada Miyajima, ou Futsukushima.

Para chegar até lá pega-se um trem na estação de Hiroshima mesmo e vai até Miyajima-guchi, o trem é local, nada de Shinkansen. Uns 20 minutos e já chegamos.Descendo da estação deve-se utilizar uma balsa para atravessar até a ilha, as placas indicam o caminho para a balsa, que é super simples, é só seguir a mesma rua.

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Lojinha do Momiji Manchu

Uma amiga de Danielle havia lhe dito que em Hiroshima havia um biscoito em forma de folha de bordo (maple leaf) que era uma delicia e deveríamos experimentar, o nome: Momiji Manchu. Nesta rua havia muitas lojinhas com fabricação local desta iguaria. Paramos em uma no meio do caminho, muito agradável, as atendentes eram todas mulheres de todas as idades. No Japão sempre há amostras para você experimentar. Eram bolinhos muito bonitinhos, o sabor para Wendel e eu não era lá essas coisas, os doces no Japão ganham mais pela cara que pelo sabor, ao menos para o nosso paladar ocidental acostumado com açúcar e gorduras. Havia porém uns biscoitos com o mesmo formato de folhinha, e estes achei muito mais saborosos, comprei vários, inclusive um pacote para tomar café com meus país no Brasil. Espero que cheguem inteiros.
Daí partimos para a balsa, com nosso JR pass este percurso também estava garantido. Mas é preciso atenção, pois há uma outra balsa, à esquerda, que não é operada pela JR e o passe não dá direito.
A ilha é bem agradável, já desembarcando do Ferry, encontramos na rua cervos soltos e livres, aqui no Japão são animais sagrados e são respeitados pela população, logicamente devem ser respeitados por turistas também. Há recomendações pelas cidades de não dar comida, nem tocar nos animais, mas vi que nem os japoneses obedecem, principalmente crianças. Nós não quisemos perder a chance e fomos acariciá-los, tirar fotos com eles, são animais muito bonitos e com a carinha fofinha, lembrei do meu Lorde que está no Brasil, dava vontade logo de abraçar.
Minha recomendação é não ter comida perto deles e nem qualquer papel, eles comem de tudo e já vão cheirando nossos bolsos pra ver se encontram alguma coisa.

Terra de veados livres
Terra de veados livres

Seguimos para o santuário da ilha onde se encontrava o Tori flutuante, pelo caminho muitas lojinhas e comidinhas interessantes, provei de tudo que podia, vários bolinhos e espetinhos.

O Tori flutuante
O Tori flutuante

Chegamos ao santuário, pagamos ¥400 de entrada, ele é suspenso e construído à beira mar, caminhamos em cima da água na maré alta. O cenário é todo pintado de vermelho branco, rende belas fotos. Chegando na metade dele encontramos o Tori mais à frente no meio do mar. A maré alta o faz parecer flutuante, assim como todo o santuário.

Uma volta pelo santuário
Uma volta pelo santuário

Quando terminamos o passeio demos uma volta pelas proximidades e compramos alguns souvenirs numa lojinha de um casal de idosos que fizeram de tudo para nós vender, a senhorinha muito simpática nos apresentava tudo num inglês bem engraçado, tentando se fazer compreendida, comprei uma caneca e outras coisinhas.

O Tori flutuante visto do santuário. A maré estava baixando.
O Tori flutuante visto do santuário. A maré estava baixando.

O roteiro incluía a subida por teleférico à montanha da ilha, mas desistimos pelo cansaço e tempo, como é inverno o sol se põe mais cedo e falta tempo pra tudo. Atravessamos a balsa de volta fomos presenteados com um belo pôr do sol, a foto está no meu insta @zulrid.

Pessoas amarrando a má sorte tirada no santuário, a fim de que as previsões não se cumpram.
Pessoas amarrando a má sorte tirada no santuário, a fim de que as previsões não se cumpram.
Já era quase noite quando deixamos a ilha
Já era quase noite quando deixamos a ilha

Monumento da paz em Nagasaki

Há uns dois anos atrás fui conhecer a fria e estranha Berlim, lá visitei, entre outros pontos turísticos, o memorial do holocausto, sinceramente não aguentei e saí sem ver tudo. Antes de partir para o Japão já havia traçado em meu roteiro que visitaria locais relacionados à bomba atômica, ou Hiroshima ou Nagasaki, resolvi aqui no Japão que visitaria as duas.

Em Nagasaki visitamos o Memorial da Paz

, próximo ao epicentro de onde a bomba atômica explodiu. Era uma área ampla, bastante aberta, com alguns monumentos espalhados e no final uma estátua, símbolo do local e da memória da tragédia provocada.
O espaço era bonito, de início encontramos uma bela fonte, onde tiramos algumas fotos.

A fonte na entrada do memorial
A fonte na entrada do memorial
Vista do memorial logo após a fonte
Vista do memorial logo após a fonte

Prosseguimos e o cenário começou a ficar mais triste, havia um monumento simbolizando pelo que entendi crianças, nele havia flores e muitas garrafas d’Água, e então entendi que era em homenagem à pessoas que morreram. Interessante notar que água estava em todo local do memorial, descobri mais tarde que isso é como uma oferenda aos mortos vítimas da bomba que sofriam de muita sede devido às queimaduras da radiação, algumas chegavam a pular nos rios para aliviar, mas muitos estavam ácidos. Havia então uma placa com o relato de um senhor japonês relembrando o acontecido, vimos algumas fotos dos efeitos da bomba e isso ia nos deixando um pouco tristes.

Haviam muitos monumentos que outras nações haviam dado de presente para a cidade, todos ex-socialistas e alguns que nem existem mais. No meio deles havia um doado pela cidade de Santos. Gostamos de ver nosso mapa lá, uma imagem tão familiar e segura a nossos olhos.

Presente da cidade de Santos para Nagasaki
Presente da cidade de Santos para Nagasaki

No final encontramos a grande estátua de um homem sentado, seu corpo e rosto nada lembrava o Japão ou os japoneses, mas ao lado estava uma explicação, e assim entendemos que o monumento era para lembrar da tragédia para que nunca mais acontecesse no mundo, um símbolo para todas as nações.

O monumento da paz - a mão para o alto simbolizando o perigo da bomba, a mão esquerda tranquilidade e paz, os olhos fechados uma oração pelos mortos, a perna cruzada meditação enquanto a esquerda ação para cuidar dos feridos.
O monumento da paz – a mão para o alto simbolizando o perigo da bomba, a mão esquerda tranquilidade e paz, os olhos fechados uma oração pelos mortos, a perna cruzada meditação enquanto a esquerda ação para cuidar dos feridos.

De lá, fomos para o epicentro da bomba, era como um parque pequeno, havia algumas árvores, um espaço aberto mais ao centro, umas ruínas e um córrego. Ao entrar neste parque lembrei logo de minha mãe dizendo antes de embarcar para o Japão que eu não demorasse muito nestes locais onde a bomba havia caído pois ela acreditava que me faria mal. Eu não sei se é impressão, mas senti uma energia mais pesada. Wendel, que é mais cético disse ter se arrepiado, fomos até uma pedra que simbolizava o epicentro, já que a bomba explodiu a 500m de altura, e próximo havia as ruínas do que parecia ser uma igreja, em uma das placas informativas lemos que à época se acreditava que nada nasceria naquele local por 70 anos. Foi um alívio ver as árvores e plantas ao redor, o Japão é sobretudo, arborizado.

Monumento março do epicentro da bomba de Nagasaki
Monumento março do epicentro da bomba de Nagasaki

À beira do córrego que eu mencionei antes, há uma parte conservada da época da tragédia, uma parte do solo cheia de entulhos, e fotos do local destruído, é claro, mais tristeza. Cruzando o rio estava o museu, resolvemos não ir por falta de tempo e principalmente pela tristeza que encontraríamos lá dentro, mas acredito que valha a pena visitar.

O local é belo, mas evoca uma forte tristeza. A tragédia com tantas mortes também nos traz a reflexão, e noção de que devemos ter um sentimento maior de humanidade e irmandade, que ser humano nenhum por nenhuma causa merece tal destruição. Na época da guerra os EUA foram atacados pelo Japão, mas isso não justificava a devastação de duas cidades e a morte de tantos cidadãos inocentes, só serviu realmente para mostrar seu poder sobre o mundo e não para trazer paz. Andando pelo Japão acho realmente estranho como os japoneses admiram os EUA, copiando tantas coisas deles, fico até pensando em teorias conspiratórias de que os americanos impõem isso de uma certa forma. Fico me perguntando o que um americano pensa quando visita um local desses.

Não tenho nenhuma característica de americano, talvez nas roupas ou alguma outra coisa que nossa cultura brasileira tanto copia desse país, mas vez ou outra algum japonês me pergunta, amerikajin desuka? Achando que sou americano, e eu burajirujin desu! Respondendo que sou brasileiro. Eles abrem um sorriso enorme, se espantam e falam das maravilhas de nosso país. É ótimo saber que nos valorizam, apesar de não nos valorizarmos.

Uma saga em Nagasaki

Logo após o Natal e quase impossível chegar neste lugar e não vir à mente a música da Simone, e pior que basta lembrar um pouquinho da canção que ela não sai mais da sua cabeça.
Eu e Wendel fizemos um bate volta de Fukuoka a Nagasaki, traçamos ir em pelo menos 3 atrações: o memorial da paz, a ponte dos óculos (spectacles bridge), e o Glover Garden com a Oura Church que fica logo em frente a este jardim.

A igreja dos mártires
A igreja dos mártires
Os mártires
Os mártires

Saímos um pouco tarde do apartamento em Fukuoka, e pegamos um ônibus até a estação do Shinkansen que deu muita volta, nos fazendo perder tempo. O caminho até Nagasaki foi muito bonito, com cidades pequenas muito bonitas e belas visões do mar, cenários dignos de Ponyo. Chegamos à Nagasaki por volta das 14hs. Fomos logo ao balcão de informações turísticas para pegar um mapa, já que endereços no Japão são extremamente complexos.
Nosso roteiro logo mudou, próximo à estação estava uma igreja católica onde 26 mártires haviam sido mortos por terem sido cristãos, foram canonizados anos atrás pelo papa J. Paulo II. O catolicismo é muito inexpressivo no Japão não vi outra igreja sem ser aqui. Tirando algumas fotos neste local, brincamos com um gatinhos e na hora de sair vimos não muito longe a estátua enorme de um Buda ou um deus com outras imagens de crianças à sua volta, e que pareciam estar em cima de uma tartaruga gigantesca, tudo isso consegui ver com meu binóculo, um item indispensável nesta viagem.Seguimos a procurar este lugar maravilhoso.

A primeira escadaria, será que é aqui?
A primeira escadaria, será que é aqui?
O primeiro templo, onde achávamos que encontraríamos a estátua
O primeiro templo, onde achávamos que encontraríamos a estátua

Nagasaki é cheia de morros, nesta região que estávamos especialmente. Víamos muitas escadarias, e cemitérios nas encostas, com casas ainda mais à cima. Saindo da igreja vimos uma plaquinha turística indicando alguns templos e pensamos que seria o da estátua. Uns 100 metros dali encontramos uma escadaria, subimos animados para encontrar a bendita estátua, mas não a víamos mais. Aproveitamos o lugar para tirarmos algumas fotos. De volta à rua, olhávamos sempre para o alto tentando encontrar a estátua e tentar nos guiar melhor, porém não a víamos mais, não tinha como perguntar a ninguém, não sabíamos japonês suficiente, e nem quisemos tentar ficar fazendo gestos para buscar ser compreendidos. Subimos uma quadra e vimos outra plaquinha indicando um templo, fomos até ele bem animados e na escadaria para alcançar o templo finalmente vimos a cabeça da estátua, mas estava desta vez estava mais distante, me chateei, e quase desisti de buscá-la, mas voltamos pela mesma rua, subimos mais outra escadaria para tentar avistar o deus (ou deusa, ou Buda)…ufa… finalmente estava mais perto, a visão estava melhor, era possível ver a entrada do templo, mas não a rua que chegava lá, resolvi subir mais até onde havia casas, e morrendo sem fôlego de ex-fumante achei melhor voltar, porque por ali era possível nos distanciarmos mais ainda.

Droga, acabamos bem longe da estátua !
Droga, acabamos bem longe da estátua !
Muita escadaria em Nagasaki
Muita escadaria em Nagasaki
Uma bebidinha para refrescar no meio do caminho - obrigado vending machines
Uma bebidinha para refrescar no meio do caminho – obrigado vending machines
Eba, estamos de frente, mas como chega lá?
Eba, estamos de frente, mas como chega lá?

Estávamos esbaforidos com tantas subidas e descidas de escadaria, Nagasaki era mais quente e logo tiramos todas os casacos e ficamos só de camiseta no inverno japonês. Voltamos, subimos mais uma escadaria, e finalmente a encontramos, mas não havia nenhuma entrada de templo ou indicação que nos fizesse chegar mais próximo a ela. Por sorte, uma escadaria nos levou para bem próximo e lá fomos nós. Em meio a um cemitério, nos encontrávamos ao lado dela, linda, não sei o que era, mas me lembrava muito Maria, a virgem, o que me levou à reflexão de como as imagens se repetem em culturas diferentes, claro, esta era a imagem de Kannon, deusa da religião japonesa. Tiramos fotos e uns minutos para descansar, contemplando a bela imagem, e sim, as imagens estavam sob uma tartaruga enorme que na nossa opinião era o templo.

Finalmente ao lado da estátua. Um verdadeiro monumento.
Finalmente ao lado da estátua. Um verdadeiro monumento.

Já estávamos sem tempo e tínhamos ainda outras coisas pra ver na cidade, decidimos não procurar a entrada real do templo. Voltamos rapidamente para próximo da estação de trens de onde saía um bondinho para irmos até o memorial da paz.

Ano Novo em Tóquio

No Brasil temos família reunida, ceia, o vovô, a vovó e as tiazonas assistindo Faustão, fogos na praia, festas com shows, bebedeiras, bagaceiras, povo na praia sujando tudo pra receber o ano novo. Como brasileiro eu queria alguma festa, uma animação pra receber o 2015, mas já sabia que no Japão não encontraria nada de mais. Pesquisando, encontramos na internet que em um templo chamado Zojoji poderíamos receber um balão branco para soltarmos à meia noite, em frente à Torre de Tóquio com toda a multidão que se encontraria lá, e que depois haveria as práticas religiosas do local.
Planejamos sair de casa às 19hs para garantirmos nosso balão, já que na informação pesquisada os balões seriam entregues às 20hs. Na realidade, após um longo dia de passeio e ainda Jet leg, saímos de casa com muito sono às 22hs. Confirmamos na estação que as linhas de metrô continuariam operando para não pagarmos a
caristia dos táxis. Chegando ao templo, não vimos ninguém com balão, mas já tinha bastante gente, e cada vez ficava mais cheio, até que a meia noite se aproximava e o local ficou abarrotado de gente.
Admirávamos a torre de Tóquio, esperando a contagem regressiva, que não houve. Ouvimos alguns jovens que começaram em grupo a pronunciar o que nos pareciam números e entendemos que enfim se aproximava o 2015. Vimos os balões subirem, a torre se iluminar e os sinos baterem, coisa que não sabia que teria. Não aguentamos muito, devido ao sono seguimos para casa mas antes paramos num supermercado para comprar uns petiscos e bebidas e assim fazer nosso réveillon!

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Torre de Tóquio iluminada!

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/aef/81195716/files/2015/01/img_7691.jpg atividades religiosas locais

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Nosso réveillon

Jet Leg

Uma das coisas mais sofridas nesta viagem tem sido o jet leg. Desembarcamos às 15hs, mas no nosso relógio biológico eram 3 da manhã, em Tóquio só conseguimos nos acomodar às 20 hs, logo em seguida saímos para jantar e por volta das 23hs dormimos imaginando um ótimo descanso para acordar somente na hora que o corpo se sentisse bem. Acordamos 4 da manhã e o corpo dizia: não quero dormir, e então o que fizemos? Nos levantamos, tomamos café e partimos pra conhecer a cidade. 8 da manhã e um sono terrível chega, e fica até a noite, pois não me permiti dormir.
Ainda nos EUA me recomendaram um tal de melatonin, não é vendido no Brasil, mas seria tiro e queda pra jet leg, já que apesar de não dar sono, faz relaxar muito durante o sono. Acho que uma passiflora faria o mesmo efeito. Não tomei nada, estou indo na raça e coragem, não recomendo, já que hoje é noite de ano novo, estou com meus amigos e estamos todos simplesmente acabados pra curtir a noitada.

Partiu Japão

Desde a infância possuía um fascínio pelo Japão, terra distante e tão desenvolvida tecnologicamente, com seus seriados de heróis que permaneceram por muito tempo na TV. Pensava que um dia poderia conhecer esse país. Hoje percebo que desde sempre tive o desejo de viajar e conhecer o mundo. E lá vamos nós. Juntei-me a um grupo de amigos e decidimos partir do extremo oriente das Américas para o extremo oriente do mundo.

A jornada começa com a compra da passagem. O melhor preço na época era com a United Airlines, saindo da minha própria cidade, João Pessoa, com uma parada de alguns dias em Nova Iorque para curtir o natal. Já possuía o visto pros EUA, mas ainda não o do Japão, fomos então ao Recife. O consulado era simples, com uma atendente calma e paciente, muito atenciosa que nos ajudou bastante com todo o processo burocrático do serviço. O visto deve ser tirado com pelo menos 3 meses de antecedência da data de saída da visita ao Japão, já que este é o prazo de validade do mesmo. Não foi um processo tão simples, mas certamente menos estressante que o de outros consulados.

Com o visto na mão tudo se torna mais seguro e tranquilo, temos a certeza de que viajaremos. Próximo passo, comprar o JR pass, que dá o direito de utilizarmos os trens desta companhia para viajar o país inteiro, com a duração de dias que escolhermos, podendo ser de 7, 14, ou 21 dias, valendo lembrar que o passe só pode ser comprado fora do Japão, e é entregue em seu endereço no prazo de 6 dias. De acordo com o que pesquisamos, o passe vale a pena se você for viajar bastante pelo país, como é nosso caso. Em breve postarei nosso roteiro.

Para a estadia, já que vamos em “low budget”, reservamos hospedagem através do Airbnb, hostelworld, e para tornar a experiência mais significativas reservamos hospedagem em um templo budista e também em um ryokan. Todos os sites foram confiáveis e até o momento estamos seguros com nossas estadias. No airbnb todo o valor deve ser pago de uma vz, no hostelworld, o site mais confiável de hostels na minha opinião, se paga entre 10 a15% de reserva, e o restante deve ser pago no checkin, quanto ao templo e Ryokan, devemos pagar a quantia inteira também no checkin.

Aos poucos adicionaremos mais informações sobre nossos planos e a viagem em si. Aguardem.