Depois de passear por templo, ver neve, minhas fotos reveladas, já estava bem adaptado ao Japão. Meu corpo aceitava muito bem a comida e minha mente a sociedade japonesa, aparentemente tão justa e igualitária.
Na metade das férias nos encontramos em Quioto, cidade que já foi capital do Japão. O que havia pra ser visto? Templos. E aqui pretendia também andar de bicicleta.
Nossa hospedagem também foi albergue, eu mesmo reservei, K’s backpackers house, tinha mais cara de hotel, haviam muitos estrangeiros, muita gente branca, alta e loira, tinha muito oriental também, mas não japonês.
No primeiro dia queríamos ir ao templo dourado, compramos um cartão de ônibus que valia pelo dia todo para todos os ônibus, foi ¥500. Buscamos no Google e encontramos um ônibus das redondezas do Hostel para lá. Grande erro! Deveríamos ter perguntado na recepção do hostel, mas já estávamos na rua e ficamos com preguiça de ter que tirar os sapatos entrar lá pra perguntar. Acabou que o ônibus deu uma volta quase que pela cidade toda pra chegar a este Templo, e perdemos um tempão.
Chegando lá enfim, pagamos os ¥400 pra entrar. Vi uma vending Machine de câmera descartável, não hesitei e comprei a minha. 27 poses.
Assim que entramos, lá estava o templo, um lago à frente, com algumas ilhinhas e árvores, muito bem cuidado e agradável, não fosse a infinidade de turistas, daria vontade de ficar ali só contemplando o belo Kinkakuji todo folheado a ouro. Não era grande, alguns imaginam gigantesco, mas era muito belo.
Umas senhoras japonesas nos perguntaram de onde éramos em japonês, muito interessadas e simpáticas. Nós também estávamos bem interessados por interagir com locais. Respondemos bem simpaticamente. Uma deles se impressionou. Depois houve uma pausa. Nós sem saber o que dizer, ou esperando que elas dissessem algo mais, ela nos olhando, até que a líder nos solta em português, “eu sou testemunha de Jeová“, e eu, “ah, ok“, nos despedimos e ela, “leia a Bíblia“. Sorrimos simpaticamente. Achei engraçado uma testemunha de Jeová visitando um templo budista, talvez japoneses lidem de forma diferente com religião. Uma não é contra a outra, nem um deus é mais verdadeiro que outro, enfim, não entrarei na discussão.
Por trás do templo ha um parque, lindo, rende belas fotos. Há lojinhas e comidas. Vimos muita gente com roupas tradicionais, moças com quimono, remetendo a um Japão antigo e conservador, exceto por um detalhe, a maioria carregava o pau da selfie. Acho que era na verdade um evento diferente para elas mesmas e precisavam registrar. Ou só a mania japonesa de tirar fotos mesmo. Mas como no Japão tudo é belo, o pau da selfie na mão delas não era nada cafuçu, mas sim elegante, contrastando o tradicional com o moderno.