Tóquio descolada

No primeiro dia de meu passeio em Tóquio estávamos apenas eu e meu digníssimo. Traçamos em nosso roteiro conhecer os bairros mais descolados e famosos de Tóquio. Devido ao jet leg madrugamos, tomamos nosso café da manhã e saímos à rua.

De metrô, pegamos a linha laranja Ginza, fizemos uma rápida baldeação e seguimos para a estação conhecida como a maior do mundo, Shinjuku. Realmente enorme, é preciso parar, olhar mapas e painéis pra saber qual a melhor saída pra cada estação. Saímos logo ao lado de Kabukicho, o bairro da luz vermelha. Achei que era besteirinha, mas não, nos assediaram em plena manhã oferendo sexo japonês, mostrando-nos fotos de garotas nuas vendendo seu produto. Não estávamos interessados e recusamos, não foi fácil fazer com que o cara nos deixasse em paz, seguimos pra uma rua mais movimentada com o intuito que ele nos deixasse. Rodamos mais um pouco pelo bairro, o comércio ainda estava abrindo e pudemos ver os diversos clubes com fotos dos Hosts, uns rapazes dos quais japonesas pagam apenas para conversar em um bar, geralmente com cara de jovens e no estilo fashion japonês, delicados e quase andróginos. Vimos alguns deles já pela rua com caras de cansado após uma noitada de trabalho, vimos também jovens andando pela rua com pupilas dilatadíssimas e aparentemente desorientados sob o efeito de alguma substância, ou eram simplesmente daquele jeito mesmo. Tive a sensação de que o bairro não era tão assustador como eu imaginava, estava quase no mesmo nível do bairro do red light district de Amsterdã, e o medo inicial, creio que era apenas precaução de brasileiro que convive sempre com o perigo iminente.

De lá fomos a pé até Yoyogi Park ver a natureza, na caminhada almoçamos num pequeno restaurante onde entramos e a atendente nos recebeu num japonês robótico, nos conduzindo de volta à saída onde havia uma máquina automática para que nela escolhêssemos e pagássemos por nossos pratos. A sorte é que em muitos casos há uma foto, o que facilita muito o pedido. Escolhi um arroz com frango, e outros ingredientes o que me saiu por ¥460, uma média de 4 dólares, e de quebra ainda ganhei um copo de chá verde com eterna reposição da garçonete. Estava tudo simplesmente maravilhoso.

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/aef/81195716/files/2015/01/img_7623.jpg O prato 😋

No parque conhecemos um belo templo e observamos a população local passeando em meio às árvores. O parque era lindo, à luz do sol estava bela sob a copa das árvores, o silêncio trazia uma sensação de paz.

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/aef/81195716/files/2015/01/img_7739.jpgParque Yoyogi

No fim do parque já saímos ao lado da estação Harajuku, onde encontramos um mar de gente pra lá e pra cá. Tentando catar internet wifi pela estação tomamos um baita susto com uma garota japonesa gargalhando ao telefone, quebrando o silêncio japonês. Logo ao lado da estação está a Takeshita Dori, uma rua famosa por suas lojas de roupas modernas e descoladas. Entramos em muitas delas, inclusive brechós, uns mais baratos outros não. Mas a maior frustração foi não encontrar nada que ficasse bem no meu corpo brasileiro, nem XL se acomodava no meu tronco. Bom, pelo menos economia para outras atividades.

Depois ainda Omotesando, que é uma rua de grifes famosas, onde andamos só uma quadra pra atravessar a rua. Chegamos a uma tal de Cat Street, cheia, silenciosa e agradável, comemos um Takoyaki por ¥500 – queimei a boca. O final da rua já nos deixava quase em Shibuya, onde eu queria ver a estátua do Hachiko, e do famoso cruzamento com 500 milhões de pessoas a todo momento. Fotografamos tudo que a paciência deixou, e reservamos um tempo pra contemplação do ambiente. Finalmente voltamos pra casa, jantando no nosso próprio bairro. Dia 1 checked!

/home/wpcom/public_html/wp-content/blogs.dir/aef/81195716/files/2015/01/img_7742.jpg Cruzamento de Shibuya