Uma saga em Nagasaki

Logo após o Natal e quase impossível chegar neste lugar e não vir à mente a música da Simone, e pior que basta lembrar um pouquinho da canção que ela não sai mais da sua cabeça.
Eu e Wendel fizemos um bate volta de Fukuoka a Nagasaki, traçamos ir em pelo menos 3 atrações: o memorial da paz, a ponte dos óculos (spectacles bridge), e o Glover Garden com a Oura Church que fica logo em frente a este jardim.

A igreja dos mártires
A igreja dos mártires
Os mártires
Os mártires

Saímos um pouco tarde do apartamento em Fukuoka, e pegamos um ônibus até a estação do Shinkansen que deu muita volta, nos fazendo perder tempo. O caminho até Nagasaki foi muito bonito, com cidades pequenas muito bonitas e belas visões do mar, cenários dignos de Ponyo. Chegamos à Nagasaki por volta das 14hs. Fomos logo ao balcão de informações turísticas para pegar um mapa, já que endereços no Japão são extremamente complexos.
Nosso roteiro logo mudou, próximo à estação estava uma igreja católica onde 26 mártires haviam sido mortos por terem sido cristãos, foram canonizados anos atrás pelo papa J. Paulo II. O catolicismo é muito inexpressivo no Japão não vi outra igreja sem ser aqui. Tirando algumas fotos neste local, brincamos com um gatinhos e na hora de sair vimos não muito longe a estátua enorme de um Buda ou um deus com outras imagens de crianças à sua volta, e que pareciam estar em cima de uma tartaruga gigantesca, tudo isso consegui ver com meu binóculo, um item indispensável nesta viagem.Seguimos a procurar este lugar maravilhoso.

A primeira escadaria, será que é aqui?
A primeira escadaria, será que é aqui?
O primeiro templo, onde achávamos que encontraríamos a estátua
O primeiro templo, onde achávamos que encontraríamos a estátua

Nagasaki é cheia de morros, nesta região que estávamos especialmente. Víamos muitas escadarias, e cemitérios nas encostas, com casas ainda mais à cima. Saindo da igreja vimos uma plaquinha turística indicando alguns templos e pensamos que seria o da estátua. Uns 100 metros dali encontramos uma escadaria, subimos animados para encontrar a bendita estátua, mas não a víamos mais. Aproveitamos o lugar para tirarmos algumas fotos. De volta à rua, olhávamos sempre para o alto tentando encontrar a estátua e tentar nos guiar melhor, porém não a víamos mais, não tinha como perguntar a ninguém, não sabíamos japonês suficiente, e nem quisemos tentar ficar fazendo gestos para buscar ser compreendidos. Subimos uma quadra e vimos outra plaquinha indicando um templo, fomos até ele bem animados e na escadaria para alcançar o templo finalmente vimos a cabeça da estátua, mas estava desta vez estava mais distante, me chateei, e quase desisti de buscá-la, mas voltamos pela mesma rua, subimos mais outra escadaria para tentar avistar o deus (ou deusa, ou Buda)…ufa… finalmente estava mais perto, a visão estava melhor, era possível ver a entrada do templo, mas não a rua que chegava lá, resolvi subir mais até onde havia casas, e morrendo sem fôlego de ex-fumante achei melhor voltar, porque por ali era possível nos distanciarmos mais ainda.

Droga, acabamos bem longe da estátua !
Droga, acabamos bem longe da estátua !
Muita escadaria em Nagasaki
Muita escadaria em Nagasaki
Uma bebidinha para refrescar no meio do caminho - obrigado vending machines
Uma bebidinha para refrescar no meio do caminho – obrigado vending machines
Eba, estamos de frente, mas como chega lá?
Eba, estamos de frente, mas como chega lá?

Estávamos esbaforidos com tantas subidas e descidas de escadaria, Nagasaki era mais quente e logo tiramos todas os casacos e ficamos só de camiseta no inverno japonês. Voltamos, subimos mais uma escadaria, e finalmente a encontramos, mas não havia nenhuma entrada de templo ou indicação que nos fizesse chegar mais próximo a ela. Por sorte, uma escadaria nos levou para bem próximo e lá fomos nós. Em meio a um cemitério, nos encontrávamos ao lado dela, linda, não sei o que era, mas me lembrava muito Maria, a virgem, o que me levou à reflexão de como as imagens se repetem em culturas diferentes, claro, esta era a imagem de Kannon, deusa da religião japonesa. Tiramos fotos e uns minutos para descansar, contemplando a bela imagem, e sim, as imagens estavam sob uma tartaruga enorme que na nossa opinião era o templo.

Finalmente ao lado da estátua. Um verdadeiro monumento.
Finalmente ao lado da estátua. Um verdadeiro monumento.

Já estávamos sem tempo e tínhamos ainda outras coisas pra ver na cidade, decidimos não procurar a entrada real do templo. Voltamos rapidamente para próximo da estação de trens de onde saía um bondinho para irmos até o memorial da paz.