Cidade sagrada de Nara

Saindo do Templo no Monte Koya estava uma neve linda e gostosa, esperamos o ônibus que nos levou ao caminho de volta à Osaka. Descemos pelo cable car. Na estação tomamos um café, um chocolate, tiramos fotos e depois pegamos o trem até a estação Hashimoto, onde de uma hora para outra decidimos ir para Nara. Pegamos um trem da JR que levaria 2 horas, não pensamos direito e fomos mesmo assim. Achei que não chegaríamos nunca! Era um trem local, parava em todo lugar. Encheu de estudantes adolescentes, bonitos com aqueles uniformes tradicionais, bem vestidos e bem alinhados.
Chegando à Nara, fomos até o balcão de informações para saber onde ir e o que ver, mal nos aproximamos e uma senhora, a atendente, já se levantou com um mapa nos dizendo onde ir, quanto tempo de caminhada levaríamos, onde poderíamos comer, o que veríamos em cada local e custos de entradas no templo. Me lembrei muito uma vez no aeroporto do Galeão quando perguntei a uma moça no balcão de informações onde estariam os guarda-volumes, e ela, com muita simpatia, por eu ter interrompido sua conversa com a amiga, me indicou o caminho.

Almoçamos comida italiana, numa rede famosa no Japão, Saizeriya. Foi a primeira vez que comemos comida ocidental com garfo e faca no Japão. Notamos a falta de sal, mas estava saboroso, além disso o refrigerante era à vontade, experimentei de todos os sabores e ganhei mais calorias.

Ao chegarmos no parque dos templos, encontramos de cara os cervos soltos pela rua. Assim como em Miyajima, eles andam livres, porém aqui estão em muito mais número. Deve-se ter cuidado, eles buscam comida a todo momento, vimos gente correndo de seus ataques e jovens gritando com medo. Há placas pela cidade pedindo cuidado, pois eles podem atacar, dar coice, chute, mordida e cabeçada. É bom só tirar algumas fotos e deixá-los no canto deles. Algumas barraquinha vendem comida para dar-lhes, muita gente faz isso, eu resolvi nem arriscar.

Pagoda logo no início do parque dos templos.
Pagoda logo no início do parque dos templos.
Um local interagindo com os cervos. Ele move a cabeça de baixo pra cima, os cervos fazem o mesmo, e em seguida lhes dá biscoito. Parece uma boa técnica.
Um local interagindo com os cervos. Ele move a cabeça de baixo pra cima, os cervos fazem o mesmo, e em seguida lhes dá biscoito. Parece uma boa técnica.
Os cervos comem de tudo, mastigam até correntes.
Os cervos comem de tudo, mastigam até correntes.

Os templos de Nara são belos. Mas o que mais me chamou a atenção foi o Todaiji, pois seu tamanho é gigantesco e dentro dele há uma estátua enorme de um Buda. Lá também há um tronco grosso com um buraco onde você pode fazer um pedido e passar por ele. Muita gente pagou mico e passou, mais uma vez não me arrisquei, me imaginei entalado ali pelo resto da vida como atração turística da cidade. Comprei algumas lembrancinhas e partimos.

O grande templo Todaiji
O grande templo Todaiji
Buda gigante
Buda gigante

Ainda tínhamos que ir a Osaka, eu tinha deixado uns filmes pra revelar na Yodobashi e tinha que buscá-los. Foto analógica é o meu hobby, e no Brasil isso está morto, tenho que aproveitar Minhas viagens para revelar filmes. Como antigamente, é sempre uma surpresa, já que nem todas as fotos ficam boas.

Eu tenho uma Diana mini da lomography, ano passado me apaixonei pelas fotos que ela produzia, pela magia de tirar uma foto e as cores se mostrarem diferente das fotos digitais, fora a surpresa de uma imagem sair diferente do que você imaginou. De um tempo pra cá a câmera deu problema e as fotos começaram a sair sobrepostas, todas, sem exceção e aí perdi o gosto pela lomografia. Agora utilizo uma Pentax K1000, e as fotos têm ficado muito legais.

Ao buscar os filmes revelados, a atendente não sabia inglês e teve dificuldades para dizer que alguns filmes tinham tido problemas. Como já imaginava alguns problemas com aqueles filmes que entreguei, eu havia compreendido o que a moça queria dizer, mas também não consegui dizer isso a ela, nem ela entendeu. Vimos que ela foi ao computador e voltou com uma frase anotada num papel, ela havia traduzido, mesmo assim não estava muito claro. Ela correu no meio da loja, que é muito grande, e nos trouxe uma moça que falava inglês perfeitamente. Nos explicou todo o problema, que em alguns filmes as fotos estavam sobrepostas, e não foi possível escanêa-los, e que um outro precisava de um processo químico que só ficaria pronto para mais de uma semana daquela data. Eram justamente os filmes que eu havia utilizado na câmera lomográfica.

A câmera Diana é muito frágil, assim como outras da lomography e não são baratas, para não cair num consumismo desnecessário, resolvi desistir dela, e usar métodos mais tradicionais. O Japão é um paraíso analógico, infelizmente não tive dinheiro para aproveitar disso, pois quis aproveitar pra passear, comer e luxar o que podia neste país. Fica pra próxima!