Saga no coletivo

Em Fukuoka para economizar alugamos dois apartamentos um pouco fora do centro da cidade e das praias. Da estação de trens Hakata ate lá era uma longa trajetória para ir à pé e taxi seria muito caro. Já tinha buscado todas as informações no google maps, que me disse qual ônibus pegar e qual ponto descer, mas resolvi perguntar no balcão de informações da estação, onde uma mocinha muito simpática (eles são sempre muito simpáticos) me atendeu, dando a mesma instrução do Google, anotando-a em um papel. Liderando o grupo, parti para a rua confiante, logo vi vários ônibus parados e achei que ali era o terminal de ônibus que a atendente havia me instruído a pegar o ônibus. Tudo errado, já estava em outro lugar que não tinha a ver com a trajetória. Daí parei alguns policiais para pedir informação em inglês, mostrei as instruções que a atendente havia me dado e ele indicou um prédio dizendo que ali era o terminal, olhei e não vi qual era o prédio, pois né…Japão, prédio pra todo lado, e depois reconheci em alfabeto japonês a palavra “basu” ou “バス” que é ônibus, derivado do inglês. Os policiais nos levaram até o escritório deles pra nos ajudar e foram muitíssimo atenciosos.
Finalmente chegamos ao terminal de ônibus. Embarcamos e pagamos com o nosso PASMO card, e aí outro sofrimento, muita gente entrou antes e ficamos sem espaço para as malas, já que somos 5 em uma viagem internacional. Outro agravante, era uma sexta-feira, 17hs, horário de rush, o ônibus lotava cada vez mais, senti vergonha alheia de mim mesmo pelo transtorno que estava causando no ônibus. Eu já estava quase em pânico, o ônibus enchia, uma criança chorava gritando ié ié, a cada parada o motorista desligava o ônibus sem razão aparente, um senhor sentou-se próximo a nós e em um tom ríspido disse algo a um garoto que mexia em seu celular, tive que respirar fundo e fazer a one minute meditation para relaxar.
Sorte que no Japão tudo é organizado, há um painel dizendo quanto é a tarifa, que segue de acordo com o ponto de embarque, ao entrar você encosta o cartão no leitor e na saída também (ao menos foi o que fizemos), os pontos de ônibus têm nome, mostram o nome da parada anterior e da posterior, além de que o próprio motorista e uma gravação vai anunciando tudo, e assim descobrindo nosso ponto de ônibus para descer, empurrando todo mundo gritando sumimasen. Foi um alívio grande pisar em terra firme novamente. Foi uma aventura inesquecível este pequeno passeio de ônibus.